Contação de Histórias

Contação de Histórias
Alunos do CMS aplicando o projeto de contação de histórias no SESC LER de Aracti-Ce

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Vida & Obra de Rachel de Queiroz

Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza - CE, no dia 17 de novembro de 1910. Filha de Daniel de Queiroz e de Clotilde Franklin de Queiroz, descendendo, pelo lado materno, da estirpe dos Alencar (sua bisavó materna — "dona Miliquinha" — era prima José de Alencar, autor de "O Guarani"), e, pelo lado paterno, dos Queiroz, família de raízes profundamente lançadas em Quixadá, onde residiam e seu pai era Juiz de Direito nessa época.
Em 1913, voltam a Fortaleza, face à nomeação de seu pai para o cargo de promotor. Após um ano no cargo, ele pede demissão e vai lecionar Geografia no Liceu. Dedica-se pessoalmente à educação de Rachel, ensinando-a a ler, cavalgar e a nadar. As cinco anos, a escritora leu "Ubirajara", de José de Alencar, "obviamente sem entender nada", como gosta de frisar.
Fugindo dos horrores da seca de 1915, em julho de 1917 transfere-se com sua família para o Rio de Janeiro, fato esse que seria mais tarde aproveitado pela escritora como tema de seu livro de estreia, "O Quinze".
Logo depois da chegada, em novembro, mudam-se para Belém do Pará, onde residem por dois anos. Retornam ao Ceará, inicialmente para Guaramiranga e depois Quixadá, onde Rachel é matriculada no curso normal, como interna do Colégio Imaculada Conceição, formando-se professora em 1925, aos 15 anos de idade. Sua formação escolar para aí.
Retorna à fazenda dos pais, em Quixadá. Dedica-se inteiramente à leitura, orientada por sua mãe, sempre atualizada com lançamento nacionais e estrangeiros, em especial os franceses. O constante ler estimula os primeiros escritos. Envergonhada, não mostrava seus textos a ninguém.
Seu pai adquiri o Sítio do Pici, perto de Fortaleza, para onde a família se transfere. Sua colaboração em "O Ceará" torna-se regular. Publica o folhetim "História de um nome" — sobre as várias encarnações de uma tal Rachel — e organiza a página de literatura do jornal.
Submetida a rígido tratamento de saúde, em 1930, face a uma congestão pulmonar e suspeita de tuberculose, a autora se vê obrigada a fazer repouso e resolve escrever "um livro sobre a seca". "O Quinze" — romance de fundo social, profundamente realista na sua dramática exposição da luta secular de um povo contra a miséria e a seca — é mostrado aos pais, que decidem "emprestar" o dinheiro para sua edição, que é publicada em agosto com uma tiragem de mil exemplares. Diante da reação reticente dos críticos cearenses, remete o livro para o Rio de Janeiro e São Paulo, sendo elogiado por Augusto Frederico Schmidt e Mário de Andrade. O livro logo transformaria Rachel numa personalidade literária. Com o dinheiro da venda dos exemplares, a escritora "paga" o empréstimo dos pais.
Em março de 1931, recebe no Rio de Janeiro o prêmio de romance da Fundação Graça Aranha, mantida pelo escritor, em companhia de Murilo Mendes (poesia) e Cícero Dias (pintura). Conhece integrantes do Partido Comunista; de volta a Fortaleza ajuda a fundar o PC cearense.

Casa-se com o poeta bissexto José Auto da Cruz Oliveira, em 1932. É fichada como "agitadora comunista" pela polícia política de Pernambuco. Seu segundo romance, "João Miguel", estava pronto para ser levado ao editor quando a autora é informada de que deveria submetê-lo a um comitê antes de publicá-lo. Semanas depois, em uma reunião no cais do porto do Rio de Janeiro, é informada de que seu não fora aprovado pelo PC, porque nele um operário mata outro. Fingindo concordar. Rachel pega os originais de volta e, depois de dizer que não via no partidoautoridade para censurar sua obra, foge do local "em desabalada carreira", rompendo com o Partido Comunista.

Publica o livro pela editora Schmidt, do Rio, e muda-se para São Paulo, onde se aproxima do grupo trotskista.


Estátua Rachel de Queiroz, esculpida pelo artista plástico Murilo de Sá Toledo e inaugurada em dezembro de 2005, situa-se na Praça Gal. Tibúrcio (Praça dos Leões), Fortaleza-CE.


NOGUEIRA JÚNIOR, Arnaldo. Biografias: Rachel de Queiroz. Projeto Releituras. Disponível em: http://www.releituras.com/racheldequeiroz_bio.asp. Acesso em: 09 maio 2009.






 

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O escritor Antero Pereira lança mais um livro sobre Aracati

O pesquisador e escritor Antero Pereira Filho lançará no próximo dia 18 de dezembro (sábado), às 20h, no jardim do Museu Jaguaribano mais uma publicação sobre a histórica cidade de Aracati.
O evento encerrará com chave de ouro os festejos alusivos ao 20º aniversário de fundação do Grupo Lua Cheia e contará com as seguintes participações especiais: Betto Lins, Netinho Ponciano, Fernando e Rosângela Ponciano.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Meu jeito de ver as coisas "Por Dideus Sales"

Não me importa que me chamem
De matuto ou beradeiro,
Conheço pau pela casca,
Flor, conheço pelo cheiro,
Agricultor, pela lavra,
Cidadão, pela palavra
E rico, pelo dinheiro.

Nunca gostei de lambança,
De rapapé nem fuzarca,
Quem pratica despautério
Com as conseqüências, arca,
Por besteira não me amarro,
Conheço chão, pelo barro,
Conheço boi, pela marca.

Sou do sertão vulnerável
De raquítica ramagem,
Inimigo de injustiça,
Contrário da pabulagem,
Posso gemer, mas não berro,
Homem tem que ser de ferro,
De palavra e de coragem.

Na interminável batalha
Do viver, não tenho trégua,
Faço círculo sem compasso,
Traço reta sem ter régua,
De tudo tiro lição
E trago no coração
De sentimento, uma légua.

Não admiro a quem pensa
Como homem das cavernas,
Respeito as coisas antigas,
Gosto das coisas modernas.
Amo gente equilibrada
Que não dá uma passada
Além do alcance das pernas.

Não gosto de fanfarrice
Nem de gente come-unha,
Tenho respeito a quem mesmo
Vencido, não se acabrunha,
Honra tratos com lisura,
Palavra é assinatura,
Não precisa testemunha.

Admiro quem procura
Viver no ritmo correto,
Seja urbano ou caipira,
Letrado ou analfabeto.
Gente caprichosa e meiga
Do coração de manteiga
E palavra de concreto.

Pra mim é mais degustável
A estrofe mesmo peba
Do repentista modesto
Que rima regra com zeba
Se tiver sentido lógico,
Do que o verso antológico
Do cantador decoreba.

Eu sou ardoroso fã
De quem tem perseverança,
De quem avança na luta
Por ter auto-confiança,
De quem não tem preconceito
E abriga feliz no peito
Um coração de criança.

Admiro o ser humano
Seja simpático ou sisudo
Que para não ser grosseiro
Fica por minutos mudo,
Humilde nos gestos seus,
Reconhecendo que Deus
Está acima de tudo.

Dideus Sales, poeta, escritor, radialista.

Antonio Dideus Pereira Sales mais conhecido por Dideus Sales é poeta, escritor, radialista, folclorista e produtor cultural. Dideus Sales é natural do município de Independência/Ce. Além do livro Veredas do Sol - 2006, também é autor de outros títulos da literatura popular: Flores Vivas e Mortas (com Hernandes Pereira - 1986); Matuto do Pé Rapado, 1987; Natureza, Paz e Poesia (com Hernandes Pereira – 1990); Florescência – 1991; Colheita de Versus – 1994; O Sertão em Verso e Prosa – 1999; Nos Cafundós do Sertão – 2003; tendo ainda gravado parte de sua produção poética nos CDs: Frutos Poéticos, Alma Brejeira e Cantilena.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Incentivar à Leitura por Prazer é um conjunto de ações que depende muito do apóio das escolas na democratização do acesso ao mundo da Literatura. Isso significa possibilitar a interação com a cultura escrita por parte dos professores, dos alunos e da comunidade, além de desenvolver suas respectivas competências leitoras.

O objetivo deste blog é oferecer a você as informações necessárias para que você desenvolva o hábito e tenha  incentivo à leitura em qualquer localidade do país. . Boa leitura!

Na Prática...

As histórias estão presentes em nossa cultura há muito tempo e o hábito de contá-las e ouvi-las tem inúmeros significados. Está relacionado ao cuidado afetivo, à construção da identidade, ao desenvolvimento da imaginação, à capacidade de ouvir o outro e à de se expressar. Além disso, a leitura de histórias aproxima a criança do universo letrado e colabora para a democratização de um de nossos mais valiosos patrimônios culturais: a escrita.

Por isso, é importante favorecermos a familiaridade das crianças com as histórias e a ampliação de seu repertório. Isso só é possível por meio do contato regular dos pequenos com os textos desde cedo e de sua participação freqüente em situações diversas de conto e leitura. Sabe-se que os professores são os principais agentes na promoção dessa prática – e a escola, o principal espaço para isso.

domingo, 21 de novembro de 2010